Carregando a Informação...

Conforme os dados extraídos do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), o levantamento revelou um saldo positivo de aproximadamente 2,1 milhões de empresas registradas no ano passado.

Foram abertas 3,9 milhões de novas empresas, ao passo que 1,8 milhão teve suas operações encerradas no mesmo período.

Thoran Rodrigues, CEO da BigDataCorp, observou que, embora esses números manifestem uma aparência de saúde no mercado, o saldo positivo apresentou uma queda desde o advento da pandemia da Covid-19.

Vida Curta das Empresas: Um Desafio Persistente

Desde o início do levantamento pela BigDataCorp em 1998, o Brasil contabilizou a abertura de 60 milhões de companhias.

Contudo, atualmente, apenas cerca de 21,8 milhões de empresas permanecem ativas.

Isso significa que 63% das empresas que já foram registradas estão inativas.

Uma análise mais profunda revela que 51,15% das empresas não sobrevivem além de três anos de atividade, enquanto a taxa de fechamento sobe drasticamente para quase 89% em um período de cinco anos.

A cada década, essa taxa atinge um surpreendente 99,92%, indicando que quase todas as novas empresas encerram suas operações em dez anos.

Rodrigues, contudo, frisa que esses números não devem ser encarados com alarde.

Ele explicou que há uma quantidade “quase imensurável” de motivos para o fechamento de empresas, indo desde fatores internos de gerenciamento até questões macroeconômicas que afetam o mercado como um todo.

Para ele, o mais relevante é observar o saldo líquido de empresas que estão operando mês a mês.

Fatores que Influenciam a Sobrevivência das Empresas

A sócia de Private Enterprise da KPMG, Carolina de Oliveira, ressaltou alguns dos principais desafios que empresas enfrentam para garantir sua sobrevivência.

Ela mencionou aspectos cruciais como o acesso ao crédito, planejamento financeiro e tributário adequado, além da necessidade de encontrar mão de obra qualificada e uma adaptação contínua às inovações tecnológicas.

Estas condições são essenciais para que as empresas se mantenham competitivas no mercado.

Roberto Jalonetsky, CEO da Speedo Multisport, adicionou que os números destacam a importância de políticas de apoio ao empreendedorismo, especialmente para empresas que estão no início de suas operações.

Ele destacou que “a sobrevivência e o sucesso de uma empresa dependem de vários fatores, incluindo o ambiente de negócios, acesso a financiamento, inovação e capacidade de adaptação às mudanças do mercado”.

A Questão do “Fail Fast” no Empreendedorismo

Um conceito prevalente no mundo do empreendedorismo é o do “fail fast” (falha rápida).

Essa abordagem, sustentada por Thoran Rodrigues, implica que experimentar e rapidamente fechar um negócio que não dê certo pode ser positivo.

Esta filosofia promove a tentativa e erro como parte do processo de inovação e sucesso empreendedor.

No entanto, os desafios associados à alta mortalidade das empresas no Brasil também refletem na vida financeira dos empreendedores, que frequentemente enfrentam dificuldades substanciais quando suas empresas falham.

Rodrigues conclui que o grande desafio em países como o Brasil é como o fim de uma empresa pode afetar significativamente a vida financeira do empreendedor.

Portanto, políticas de suporte e um ambiente propício para o “fail fast” são vitais para mitigar os impactos adversos das falências empresariais.

A Importância de Políticas Favoráveis ao Empreendedorismo

A implementação de políticas de apoio ao empreendedorismo é essencial para aumentar a durabilidade das empresas brasileiras.

Iniciativas que facilitem o acesso ao crédito, promovam a capacitação empresarial e incentivem a inovação podem fazer uma diferença notável na taxa de sobrevivência das novas empresas.

Vai além das reformas econômicas amplas, incorporando programas educativos que ajudem os empreendedores a desenvolverem um planejamento financeiro e tributário robusto.

A Relação entre Inovação e Sucesso Empresarial

Empresas que se mantêm inovadoras têm uma probabilidade maior de sobreviver e prosperar.

A inovação não abrange apenas a criação de novos produtos ou serviços, mas também a adoção de novas tecnologias, processos eficientes e estratégias de marketing inventivas.

A pesquisa mostra que aquelas empresas que investem continuamente em inovação tendem a ser mais resilientes às mudanças dinâmicas do mercado e às flutuações econômicas.

Incentivar a cultura de inovação dentro das empresas e criar um ecossistema favorável ao desenvolvimento de start-ups pode engendrar crescimento econômico sustentável e maior durabilidade empresarial.

O suporte financeiro, aliado a um robusto sistema de mentoria e colaboração, é essencial para fomentar um ambiente onde a inovação possa florescer.

O Papel da Educação Empreendedora

Desenvolver habilidades empreendedoras desde a educação básica até a superior pode ter um impacto duradouro na longevidade das empresas.

Integrar educação empreendedora nos currículos escolares e universitários capacita futuros empresários com as ferramentas necessárias para enfrentar os desafios do mercado.

Tais programas educativos devem incluir habilidades práticas de gestão, estratégia financeira, liderança e inovação.

Adaptação e Resiliência: Chaves para a Sobrevivência

A capacidade de adaptação é um determinante crítico para a sobrevivência das empresas.

Aqueles negócios que conseguem se ajustar rapidamente às novas realidades do mercado, responder à demanda dos consumidores e incorporar novos modelos de negócios, têm uma vantagem competitiva significativa.

A resiliência organizacional, ou a habilidade de se recuperar de adversidades, também é uma característica vital que diferencia as empresas que perduram daquelas que sucumbem prematuramente.

Conclusão

O estudo realizado pela BigDataCorp ilumina a realidade complexa e multifacetada do empreendedorismo no Brasil.

Embora o saldo positivo na abertura de empresas indique uma vitalidade no ambiente empresarial, a sobrevivência a longo prazo permanece um desafio considerável.

A alta taxa de falência, especialmente nos primeiros anos de operação, destaca a necessidade de um suporte mais robusto e contínuo para os empreendedores.

Para garantir que mais empresas ultrapassem a barreira dos primeiros anos e se estabeleçam de maneira sustentável, são necessárias ações conjuntas entre governo, instituições financeiras, entidades educacionais e a própria comunidade empresarial.

Fomentar um ecossistema de negócios que valorize a inovação, ofereça suporte financeiro e promova a educação empreendedora é crucial para transformar a paisagem empresarial brasileira de um terreno de alta mortalidade em um solo fértil onde negócios possam não apenas nascer, mas também florescer e crescer de maneira sustentável.